Sarapatel Nº 6 , por Ismael Rielli

Sarapatel Nº 6

Neste mundo organizado
De encontro à lei natural,
Tudo o que é bom é pecado
E o que é gostoso faz mal

Bastos Tigre

Em família

O senador Ciro Nogueira, do Piauí, presidente nacional do PP, líder do centrão, foi guindado a ministro da casa civil, espinha dorsal, a alma do governo. Sabe quem o substituiu no senado?

A mãe dele, Eliana Nogueira.

Duas Nair.

Nair não é um nome tão comum. Dia desses velamos e sepultamos, no mesmo dia, na mesma hora duas Nair. A Nair do Frederico Fazoli, mãe da Euridice e do Paulinho e a Nair do Fernando do Gonçalo Franco, mãe do Diego.

É daqui!

Alessandro Marson, filho do saudoso Décio Marson e da professora Neide Izar Marson é co-autor da nova novela das 6, da globo. Não é fraco não, nosso conterrâneo.

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– Você acredita em extraterrestre?

– É claro que não. São muito mentirosos.

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Sarapatel é parente do chouriço, do codeguim e do biroldo, embutidos (ensacati) Italianos.

Sarapatel: iguaria preparada com sangue, fígado, rim, bofe e coração de porco ou de carneiro com caldo. Só comi sarapatel uma vez. Minha saudosa irmã era diretora da Ivan Galvão de França e a Baiana merendeira, brindou-nos com um inesquecível sarapatel.

Chouriço: pedaço de tripa, cheio de carne com gordura e sangue de porco com temperos e seco ao fumo. Na venda da ponte nova você encontra.

Codeguim: Italiano codeguinõ – os dicionários não registram. Além da pacuera, no codeguim entra pele de porco triturada.

Biroldo: parente dos anteriores.

Se você não saboreou essas iguarias, não sabe o que está perdendo.

Nossas garatujas foram batizadas de SARAPATEL porque aqui falamos de gregos e troianos, de reminiscências, de acontecências recentes e antigas, daqui e dali, de assuntos locais e de alhures, de tudo um pouco.

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A alternância no poder é benéfica para acabar com a mesmice, para oxigenar uma administração.

Em São Paulo, por exemplo, a era tucana com 30 anos já exauriu. Está na hora de trocar.

Por aqui, com forte presença da família Mantovani e seus aliados, há, embora pálida, certa alternância.

Quebraram a dinastia: Ivo Corotini prefeito nomeado duas vezes, íntimo de Abreu Sodré e do time do Paulo Egídio.

Martinho Mariano com três mandatos, um de 6 e 2 de 4 anos, num total de 14 anos entra como oposição, mas no ultimo quadriênio representa a dinastia.

Como um outsider renovador, Eduardo Âmbar chegou com muita sede ao pote, com uma administração revolucionária foi apeado do poder e substituído por um vice que em pouco tempo já estava no bolso da oligarquia, agora engordada pelo ex opositor Mariano.

Simplório, especializado em ajudar os carentes , especialmente na saúde, Nogueira foi um ponto fora da curva, embora eleito com apoio da dinastia reeleito, o atual prefeito é da mesma corrente politica dominante.

Embora saudável e benéfica, a alternância corre o risco de provocar descontinuidade administrativa, mais por pirraça, pra mostrar que é diferente, que veio pra mudar.

Elenco a seguir duas alternâncias muito nocivas à nossa estância, a nosso ver.

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Planejamos muito, tivemos total apoio da câmara inclusive da oposição, especialmente do então vereador Geraldo Mantovani para a aquisição do Parque Hotel e cercanias. Conquistamos a Professora Carolina, que ignorou outros pretendentes e optou pela prefeitura.

Valor da transação 400 cruzeiros. Venda do prédio da prefeitura para o banco ITAÚ: 400 mil cruzeiros. Rendimento com aplicação no overnight (vocês se lembram?) suficiente para a aquisição de um opala zerinho pro gabinete do prefeito. Negócio da china.

Rapidamente reformou-se o hotel abandonado e pra lá a prefeitura se transferiu.

A vasta área contigua, imaginavamo-la reservada para o centro cívico com prédios adequados para a prefeitura, para a câmara, para o fórum.

Veio o novo governo que, com a anuência dos 13 vereadores trocou o filé mignom pelo carecão – o “calipiá” do Caroli.

Dividido em 6 lotes de 1000 m, no coração da cidade, ali nasceram 4 edificios, com espaço pra mais 2.
Um péssimo negócio, que os 13 vereadores não tiveram olhos de ver.

Âmbar, arrostando feroz oposição, transferiu a prefeitura para o espaçoso, imponente abandonado hotel Lindoia. Iniciativa digna dos maiores encômios. O prédio acolheu a prefeitura com diversos departamentos e o SAAE.

Apeado do poder por uma CEI, o vice ainda manteve lá o paço municipal.

A primeira obra do SR Mariano, na sua terceira gestão, agora no bolso da oligarquia dominante, foi devolver o hotel para os proprietários porque 20 mil era um aluguel muito alto. Quanto passou a gastar de aluguel com secretarias espalhadas por todo canto?

Bem que podia ter negociado a compra do prédio espaçoso com vasta área de estacionamento.

Andamos pra trás e a prefeitura continua mal instalada num local tacanho e inadequado que não está à altura da “Pérola das Estâncias”.

E o Lindoia Hotel foi vendido para um nababo do Paraná.

Com os cofres abarrotados, Gil II bem que podia comprar o Hotel das Fontes, restaurá-lo e transferir pra lá a sede da prefeitura.

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Recuso-me a acreditar que a secretaria da educação de nossa estância teria recusado receber, de graça, um ônibus escolar, pedido pela oposição.

Não é possível que seja verdade!

 

* Ismael Rielli, Águas de Lindoia. É professor aposentado, jornalista, escritor e ex-vereador. Tem atualmente um ponto de cultura no Sebo do Ismael, em Águas de Lindoia. * colaboração de Rodrigo Martins na digitação e revisão de Sarapatel Nº 6.

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https://www.tribunadasaguas.com.br/2021/07/15/sarapatel-no-5-por-ismael-rielli/