RELIGIÃO SEM CRISTIANISMO, por Celso Antunes

Como água e óleo, religião e política não se misturam.

Há muita diferença entre sagrado e profano, entre ter fé em Deus e acreditar nos homens, entre salvação e as necessidades humanas.

A Igreja é a casa de adoração de Deus e a arena política é para disputar o poder seria, comparativamente, como a paz e a guerra.

A política atual está corrompida por cafajestes que apelam para baixaria, mentiras, fakes news, violência e incitação ao ódio, o combustível da prática de homicídio – é uma lama.

Hoje mesmo (09.09), mais uma notícia repugnante, um bolsonarista matou e tentou decapitar um apoiador de Lula no Mato Grosso.

O fato brutal, totalmente, oposto aos ensinamentos dos Evangelhos, é uma das inúmeras razões para a igreja proibir a influência da lama política no exercício religioso.

Não há justificativa para a religião se envolver em política, a liberdade religiosa, os locais de culto e sua liturgia está assegurado pela Carta Magna, a Constituição Federal (Art. 5º VI).

Para garantir paz na nação, a Carta ainda declara que o Brasil é um Estado laico, isto é, não admite a influência religiosa no modo de governar.

Por aí já se percebe que falar em bancada evangélica ou juiz terrivelmente evangélico é arrepio da ordem constitucional democrática.

A confusão é ampliada na base, a igreja notadamente, a pentecostal, o pastor se torna intermediário entre o crente e o candidato.

Certos pastores usam o sermão para coagir, humilhar fiéis, expulsar seguidores de Lula e participar de esquemas de propina, como no caso do MEC noticiado.

O pastor faz o papel do Coronel, o grande fazendeiro de antigamente, transformando a igreja em curral eleitoral e produzindo o voto de cabresto.

A credibilidade missionária da fé está ameaçada, fiéis estão deixando de comparecer aos cultos dessa religião sem Jesus.

 

*Celso Antunes, Águas de Lindoia (SP), escreve toda semana neste espaço.

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