Águas de Lindoia: SAAE diminui fornecimento de água da ETA II em 3 horas

Medida começou hoje e atinge os bairros dos Francos, Casas Populares, Jaboticabal e Jardim Europa

Nesta sexta-feira, dia 1º de outubro, o SAAE Ambiental de Águas de Lindoia diminuiu o fornecimento de água à população, pela ETA 2, em 3 horas, ou seja, agora a água será aberta das 7 às 14 horas. A informação foi divulgada pela autarquia através de suas redes sociais na noite de quinta-feira, dia 30 de setembro.

Os bairros abastecidos pela ETA 2, do Kalil, são: Francos, Casas Populares, Jaboticabal e Jardim Europa. A ETA 2 estava operando com 15% de sua capacidade na semana passada, mas agora está com 10% de capacidade. Segundo o SAAE, a medida é para conter o desabastecimento de Águas de Lindoia que vive uma de suas piores crise hídrica.

A Represa do Cavalinho Branco, que fica no centro e abastece a ETA 1, está com 2% de sua capacidade. Os bairros atendidos pela ETA 1 são: Centro, Bela Vista, Jardim Meridien, Barreiro, Nova Lindoia, Assumpção, Parque das Fontes, Mirante, Jardim Monte Alegre e Moreiras. O fornecimento de água nestes bairro vigora das 7 às 14 horas desde o dia 20 de setembro.

ETA 2

De acordo com a nota da autarquia, caso o retorno da água na residência demore mais que quatro horas, além do horário previsto para abastecimento, tanto da ETA 1, quanto da ETA 2, é preciso que o consumidor entre em contato com o SAAE Ambiental e informe a situação. Após a comunicação, os técnicos do SAAE vão fazer a verificação e solucionar o problema. O telefone do SAAE Ambiental é (19) 3924 8150.

Desperdício terá multa

Segundo a Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Águas de Lindoia, até o momento a cidade já notificou 10 moradores por uso irregular de água durante a crise hídrica. O município está em Estado de Emergência devido ao desabastecimento em alerta para que a população faça o consumo consciente. As  multas por desperdício de água estão prevista na Legislação Municipal (2.942/14).

É considerado desperdício o ato de lavar quintais, calçadas ou áreas similares de imóveis residenciais e comerciais, além de veículos em domicílios residenciais e comerciais, com exceção de lava-jatos, que devem possuir sistema de redução do consumo de água potável ou reutilização. A limpeza e enchimento de piscinas que não disponham de equipamentos de autolimpeza e filtros, e a utilização de torneiras, canos, conexões, válvulas, caixas d´água, reservatórios, tubos ou mangueiras que eliminem água continuamente também são avaliados como desperdício.

Segundo a lei, em caso de desperdício de água, o Saae Ambiental pode aplicar advertência e na reincidência, aplicar uma multa de R$ 216, que pode ser cobrada em dobro em eventos futuros.

Outra medida tomada pela Prefeitura de Águas de Lindoia é a viabilização de um projeto de captação de água em Lindoia, no Rio do Peixe. O projeto já foi licitado e deve ser executado após todas as fases de licitação e licenciamentos.

Crise hídrica

O problema da falta de água é geral, isso porque, o estado de São Paulo enfrenta a pior seca em 91 anos, de acordo o Serviço Nacional de Meteorologia, que em maio emitiu pela primeira vez na história um alerta de emergência hídrica para o período de junho a setembro.

Segundo os especialistas, três fenômenos explicam a falta de chuvas:

  • Aquecimento global, provocado pela queima de combustíveis fósseis
  • Desmatamento da Amazônia, que reduz os “rios voadores”, que se formam no Norte e precipitam no Sul e Sudeste
  • Fenômeno La Niña, que torna mais secos o verão e outono

Palavra de ambientalista

Segundo o administrador e ambientalista João Luís de Souza Almeida, que há 30 anos estuda o equilíbrio hídrico em Águas de Lindoia, em defesa do acesso a água e a preservação das fontes de recursos e produção de águas. Há um vazio do poder público em apresentar um projeto que efetivamente enfrente a crise hídrica deste ano de 2021.

“A melhor água é a nossa, porque está aqui. É disponível e alcançável. Então, pense bem. Trazer água bruta do Rio do Peixe! O mesmo rio que já está super explorado, devastação de matas ciliares, assoreamento pelo deslizamento de suas margens e tem as menores vazões históricas no século XXI. Em mais algumas décadas, a “solução Rio do Peixe” será o “problema Rio do Peixe”, que deixará de abastecer sazonalmente e com qualidade cerca de 150 mil pessoas de quatro municípios que dele dependem”, pontua.

O ambientalista defende que a primeira premissa da gestão hídrica consciente seja a produção de água bruta localmente. Ele listou algumas ações de curto, médio e longo prazo que podem fazer a diferença em Águas de Lindoia. Veja aqui matéria completa.

Foto: Divulgação / Reprodução

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