OSTEOPOROSE: Do ponto de vista holístico e suas possibilidades de terapia

A degeneração óssea na idade avançada é considerada um processo normal. Somente no caso de perda da estrutura vital pode-se falar de doença. Acompanhando o desenvolvimento das recomendações terapêuticas no caso de osteoporose, verifica-se que a terapia recomendada no momento está quase sempre relacionada à criação de novos produtos farmacêuticos, evidentemente sem razão de ser.

No fundo, a osteoporose até hoje não foi compreendida. Entretanto, o processo se desenvolve de uma maneira muito mais lógica do que parece à primeira vista. Sabe-se que um osso pode suportar grandes cargas sem ser prejudicado ou sofrer torções. Isso não seria possível, se ele fosse uma barra ou um tubo. Somente através da espongina pode suportar grandes cargas.

É decisivo compreender que a espongina é construída pelo tecido conjuntivo, unindo-se assim firmeza e elasticidade. Devido às mais diferenciadas cargas a que estamos expostos todos os dias (pancadas, batidas, abalos, etc.), uma construção rígida sofreria facilmente rachaduras e fraturas. Afim de obter estabilidade suficiente, é acrescido cálcio. O cálcio, entretanto, é prejudicial à elasticidade e à firmeza, motivo por que a relação tecido conjuntivo/cálcio deve ser muito exata. A falta de cálcio leva a torções dos ossos (falta de vitamina D, raquitismo), excesso de cálcio provoca fraturas.

O QUE PROVOCA A OSTEOPOROSE NO OSSO?

Ele não fica torcido, ele quebra. Evidentemente, neste caso, a relação cálcio/tecido conjuntivo não está correta. Portanto, não é a falta de cálcio que representa o problema, mas a degeneração do tecido conjuntivo. (Trata-se de um processo de trans­formação catabólica*). Um tecido conjuntivo diminuído não mais pode receber tanto cálcio; é claro. Assim, a descalcificação visível na chapa de raio X é explicável. Não se trata de um processo primário, mas de uma consequência do catabolismo*, sendo portanto um processo secundário.

Sob este ponto de vista, todas as formas terapêuticas que visam apenas a reclassificação, são muito duvidosas, pois o osso quebradiço se torna dessa maneira ainda menos elástico e consequentemente mais sujeito à fratura. A terapia no caso de os­teoporose deve consistir somente de medidas que visam a redução do catabolismo e que levam à regeneração do tecido conjuntivo.

Tomando em consideração o fato de que este quadro se verifica sobretudo em pessoas idosas, especialmente mulheres, não é fácil estimular processos de regeneração. Dependendo do grau de gravidade, muitas medidas devem ser tomadas, incluindo também mudanças de hábitos dos pacientes, a saber: modo de vida, alimentação, movimento, medidas medicinais.

O QUE LEVA À REGENERAÇÃO DO TECIDO CONJUNTIVO?

Quanto ao modo de vida, o estresse tem efeito catabólico; prejudicial é também o fumo. Falta de movimento (vida se­dentária) é extremamente prejudicial, visto que o osso não é submetido à carga constante, degenerando mais rapidamente. Recomenda-se o esporte, melhor ainda junto com ginástica e leve treinamento de esforço.

A alimentação tem um papel de suma importância. Leite não pode ser recomendado de forma alguma. Pelo contrário. Devido à grande potência alergênica do leite, o sistema básico do corpo acumula mais toxinas. Além disso, cálcio não deve ser de­positado no osso afetado pela osteoporose, enquanto o tecido conjuntivo não estiver regenerado. O excesso de cálcio representa uma carga para os rins e pode levar até à formação de cálculos.

Portanto, a alimentação não deve ser rica em cálcio, mas sim em silício, visto que esse timo estimula a regeneração do tecido conjuntivo. Muito envolvido nesse processo é o pâncreas que reage muito positivamente ao recebimento de silício. Assim sendo, toda a alimentação deverá ser orientada no sentido de incluir todas as substâncias nutritivas necessárias à regeneração do tecido conjuntivo:2/3 de alimentos frescos (frutas, verduras, legumes) que garantam a desacidificação e que sejam ricos em fibras. Deverão ser reduzidos os carbo-hidratos (batatas, cereais, açúcar, arroz, milho e – como exceção – cenouras. Silício po­de ser acrescido como complemento alimentício em forma de terra medicinal. Embora as carnes e os peixes acidifiquem, eles têm um efeito fortemente anabólico**), sendo, portanto, permitidos junto com salada e legumes, como também – moderadamente – produtos lácteos. São essas as medidas que o próprio paciente pode e deve tomar.

QUAIS SÃO AS POSSBILIDADES DE DIAGNÓSTICO?

A densitometria óssea fornece apenas indiretas, indiretas, visto que a densidade indica somente o te não relevante do sal de cálcio, mas nada a respeito da degeneração do tecido conjuntivo. A chapa de raio X da coluna mostra, por exemplo, na maioria dos casos, a danificação já existente, mas também apenas indicações indiretas. Entretanto, é menos dispendiosa e menos pesante para o organismo.

O QUE NOS DIZEM OS HORMÔNIOS?

Durante a menopausa encontramos normalmente valores sensivelmente menores de estrógeno e gestógeno.

QUAIS OS HORMÔNIOS SÃO OS DECISIVOS?

Em testes com animais foi possível demonstrar que a fragilidade dos ossos não depende do nível de estrógeno, mas sim de gestógeno ou progesterona. Usando estrógenos, maior quantidade de cálcio é depositada nos ossos. Usando-se gestógeno, o tecido conjuntivo é fortalecido. A prescrição de estrógeno seria prejudicial.

O acima dito é apenas uma orientação geral. Cada caso é um caso e pode variar de indivíduo a indivíduo.


*) catabolismo: parte do metabolismo em que predominam reações químicas de decomposição; metabolismo destrutivo.

**) anabólico (anabolismo): parte do metabolismo em que predominam as sínteses e a formação das substâncias típicas do
organismo a partir de substâncias mais simples, derivados dos alimentos; metabolismo construtivo.


ELSA KALDER – estudiosa de saúde holística, escreve para este espaço como colaboradora semanalmente.