SP tem redução no número de mortes por Aids

Decréscimo foi possível devido ao tratamento com antirretrovirais e monitoramento dos portadores de HIV

As estatísticas do Registro Civil elaboradas pelo Seade indicam expressiva redução da mortalidade por Aids no estado de São Paulo, com diminuição no volume de óbitos e das taxas de mortalidade nos últimos 35 anos.

Em 2019, foram registrados 2.049 óbitos por Aids no estado de São Paulo, correspondendo a 19,4% do total de mortes no Brasil. Até aquele ano, havia um total acumulado de 120.171 óbitos por Aids no estado, o que representa 34,4% do divulgado para o país. Esses números mostram a dimensão da epidemia e a importante redução observada no território paulista.

Tal decréscimo revela o resultado do controle da epidemia, em especial após a descoberta do tratamento com antirretrovirais na metade da década de 1990, e a maior sobrevida das pessoas vivendo com Aids. Outro fator que influenciou essa redução foi o monitoramento das pessoas portadoras de HIV, com aumento do controle por meio de novos tratamentos que atenuam a evolução para Aids e evitam, inclusive, a contaminação de outras pessoas.

Evolução dos óbitos

O maior número de óbitos por Aids ocorreu em 1995 (7.739), com taxa de mortalidade de 22,9 óbitos por 100 mil habitantes. Para os dois sexos, esse também foi o ano de pico: 5.850 entre os homes, com taxa de mortalidade de 35,1 por 100 mil, e 1.889 entre as mulheres (11,0 por 100 mil).

A partir de 1996, com a introdução de tratamentos por antirretrovirais para os pacientes com a doença, os números de óbitos por Aids reverteram a tendência e passaram gradativamente a diminuir, alcançando em 2019 o patamar de 2.049 casos fatais no estado de São Paulo. Esse volume foi 74% menor do que o registrado no ano de pico da epidemia, e a taxa de mortalidade correspondeu a 4,6 óbitos por 100 mil habitantes, sendo 1.397 para população masculina (6,5 por 100 mil homens) e 652 óbitos para a feminina (2,9 por 100 mil mulheres).

Envelhecimento da mortalidade da população com Aids

A tendência de envelhecimento fica explícita quando se avalia o avanço da idade média ao morrer entre os indivíduos com Aids, segundo o sexo. As mulheres apresentaram idades médias inferiores aos homens até 2010, invertendo tal posição após esse ano.

Em 1990, a diferença entre os sexos para esse indicador era de quatro anos: 33 anos para a população masculina e 29 anos para a feminina. A partir de 2010, essa diferença diminuiu para um ano. Em 2019, houve acréscimo expressivo da idade média ao morrer por Aids, na comparação com o início do período analisado: entre as mulheres esse indicador atinge 49 anos e ultrapassa o correspondente entre os homens, que foi 48 anos.

Análise regional

A Direção Regional de Saúde – DRS da Baixada Santista apresentou as maiores taxas durante todo período analisado, alcançando 43,5 óbitos por 100 mil habitantes em 1995, 13,9 por 100 mil em 2007 e 7,6 por 100 mil em 2019. Já as menores taxas foram registradas na DRS de Registro, com 4,8, 5,5 e 1,1 óbitos por 100 mil, respectivamente nos três anos.

Em 2019, as taxas de mortalidade por Aids de todas as regionais de saúde se reduziram bastante. Nesse ano, apenas seis DRS atingiram taxas de mortalidade maiores que 5,00 óbitos por 100 mil: Baixada Santista (7,6), Barretos (5,7), Araraquara (5,5), Taubaté (5,5), São José do Rio Preto (5,2) e Ribeirão Preto (5,1). Os demais 11 departamentos apresentaram taxas inferiores a 4,9 óbitos por 100 mil.

O estudo completo está no boletim SPDemográfico nº2, de 2021, que pode ser consultado em https://www.seade.gov.br/produtos/sp-demografico/

O Seade

A Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados – é a agência paulista de estatísticas que há mais de 40 anos coleta, analisa e dissemina dados sobre o Estado de São Paulo.

Foto: Divulgação / Reprodução

 

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