Com Covid-19 em queda, Cartórios de São Paulo registram o agosto mais mortal desde 2002

O Estado de São Paulo registrou este ano o mês de agosto mais mortal desde que se iniciou a série histórica de estatísticas dos Cartórios de Registro Civil brasileiros contabilizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2002. Os dados catalogados pelo Instituto com base nos registros dos Cartórios até 2018 (última divulgação), comparados aos anos de 2019 e 2020 disponíveis no Portal da Transparência dos Cartórios (transparencia.registrocivil.org.br), apontam um total de 32.549 óbitos no mês, 18,3% a mais que os 27.518 registrados em agosto de 2019.

O recorde de óbitos em agosto deste ano também é confirmado na pesquisa histórica Estatísticas do Registro Civil, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que também utiliza como fonte primária os dados dos Cartórios brasileiros. Em comparação com agosto de 2018 (26.542 óbitos), 2020 registrou um acréscimo de 22,6% mortes, já com relação a 2017 (26.069) foram 24,9% a mais este ano, enquanto que na comparação com 2016 (25.465), o percentual de aumento em 2020 é de 27,8%.

O Portal da Transparência, administrado pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil), é atualizado diariamente por todos os Cartórios do País desde 2019. Já o IBGE cataloga e tabula os dados anuais do Registro Civil e os disponibiliza em seu site sempre no final do ano seguinte. Desde o início da pandemia, a plataforma do Registro Civil passou a informar dados de óbitos por Covid-19 (suspeita ou confirmada) e, ao longo dos meses, novos módulos sobre óbitos por doenças respiratórias e cardíacas foram adicionados ao Portal. É possível filtrar os dados por estado e município com mais de 50 óbitos em 2020, cor da pele, local de falecimento e cidade de domicílio.

Números nacionais

O ano de 2020 também teve o mês de agosto com mais mortes registradas, na série histórica, em âmbito nacional. No país, ocorreram 126.717 óbitos durante o período, 17,1% a mais que o observado em agosto de 2019 (108.178). Com relação a 2018 (112.573), agosto de 2020 registrou um acréscimo de 12,6% mortes, já com relação a 2017 (112.116) foram 13% a mais este ano, enquanto que na comparação com 2016 (108.070), o percentual de aumento em 2020 é de 17,3%.

Covid-19 e Respiratórias em queda

Por outro lado, o mês de agosto apontou o menor número de registros de óbitos por Covid-19 no estado de São Paulo desde o mês de maio, com 7111 mortes, queda de 15,8% em relação a julho, quando foram registradas 8.448 mortes pela doença. Já com relação à soma dos óbitos por doenças respiratórias no estado, agosto registrou 15.598 óbitos, queda de 8,9% em comparação ao mês de julho, quando foram registrados 17.115 falecimentos, e o menor número de mortes por estas causas desde o mês de maio.

De todas as mortes registradas em agosto de 2020, 7.111 são referentes a óbitos que tiveram a Covid-19 como causa, o equivalente a 21,8% do total. Quando somadas a estas mortes as ocorridas pelas demais doenças respiratórias – Insuficiência Respiratória (1.793), Pneumonia (3.443), Septicemia (2.879), Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) (219) e causas respiratórias indeterminadas (153), totalizando 15.598 óbitos – o índice sobe para 47,9%. Os óbitos restantes foram causados por Acidente Vascular Cerebral (AVC) (2.119), Infarto (2.383), causas cardiovasculares inespecíficas (2.204) e demais causas naturais (9.601). Há, ainda, 644 ocorridas por razões não-naturais, ou seja, decorrentes de causas externas violentas.

Imagem: Agência Brasil/ Fiocruz