Polícia prende homem por maus tratos a animais nas Casas Populares

A Polícia Civil de Águas de Lindoia prendeu um homem por maus tratos a animais nas Casas Populares. A prisão aconteceu na terça-feira (25) e o homem, C.J.S.,  foi liberado após pagar fiança.
Segundo apurado, o investigador chefe da Polícia Civil de Águas de Lindoia,  Vagner, da SIG, recebeu a denúncia de uma integrante da organização Protetora dos Animais “Pet das Águas” sobre a ação de C.J.S. que estaria mantendo em sua residência, no quintal, sem qualquer estrutura e sofrendo maus tratos, aproximadamente dez cães.

Diante da denúncia, o Vagner em companhia de seus parceiros de trabalho, Cassiano e Tony, foram ao endereço indicado pela denunciante e entraram na residência de C.J.S. com a devida autorização do morador, e no quintal constataram que haviam dez cães extremamente maltratados, sendo que quatro deles sequer conseguiam se manter em pé devido a desnutrição.

Segundo os relatos dos policiais, no local não havia qualquer alimentação para os cães e os quatro cães mais debilitados pela desnutrição foram retirados do local e levados para a residência de outra integrante da Associação “Pet das Águas” para encaminhamento a um veterinário.

Diante dos fatos, o investigador proferiu voz de prisão a C.J.S. que foi autuado e conduzido a Delegacia de Polícia onde o delegado Percival Bueno Netto ratificou a prisão pelo crime previsto na lei 9605/98, por prática de ato de abuso a animais (artigo. 32).

Após ser ouvido e ter sua prisão efetuado. C.J.C, pagou fiança arbitrada pela justiça e responderá processo em liberdade. Segundo o artigo 32, da Lei 9605/98 “§ 1º-A Quando se tratar de cão ou gato, a pena para as condutas descritas no caput deste artigo será de reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, multa e proibição da guarda. (Incluído pela Lei nº 14.064, de 2020); § 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço, se ocorre morte do animal”.

Relatos das ativistas do “Pet das Águas”

Segundo Kátia Conti, ela e a parceira no Pet das Águas, Ana Maria de Oliveira atuam neste caso há tempos, cerca de dois ou três anos.

“Ele sempre teve esses cachorros de raça americana e diz que é pra caça, mas pelo que a gente começou a observar, não era só para caça”, explica que desconfia que C.J.S. levava as fêmeas no cio para a casa de seu pai para procriação.

Com o tempo, segundo Kátia, os vizinhos começaram a reclamar que os cachorros choravam de fome. “Ai a Ana se envolveu para explicar para ele como deveria cuidar dos animais”, conta
Com o agravamento da situação, segundo Kátia, houve discussão e no ano passado ela assumiu o diálogo com C.J.S. Nas conversas, tentava explicar como proceder e chegou a sugerir que ele desse aos cães fígado, fubá, por ver que ele não tinha condições de comprar ração de qualidade.

Kátia, chegou a levar uma das cachorras no veterinário que atestou desnutrição. Ela recomendou que C.J.S. comprasse a medicação para tratar da cachorra, que também tinha carrapato, mas com o tempo observou que o animal estava pior.

Inconformada com a situação e após levar no veterinário por três vezes a cachorra, Kátia leva o animal para sua casa, e trata dele por mais de um mês. Com a cachorra já recuperada da anemia faz a entrega para o proprietário.

Após um pouco mais de um mês ela retornou a casa de C.J.C. e constatou que a cachorra estava novamente debilitada por fome. Foi quando fez o Boletim de Ocorrência denunciando a situação.
Após a denuncia e a prisão de C.J.S., Kátia está com a posse de quatro animais e os outros seis ficaram na casa e terão o destino decidido pela autoridade policial.