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QUANDO TUDO ISSO PASSAR

De repente as coisas mudam e a pandemia passa.

O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Souza, resumiu o efeito dessa lei dialética na pandemia:

“Essa experiência mudou o mundo para sempre em nossas vidas”.

É preciso entender e aceitar isso.

A Idade Contemporânea, essa em que se está vivendo, iniciou na Revolução Francesa (1789), e pode ter chegado ao final.

Nesse período histórico ocorreram grandes invenções, grande progresso, desenvolvimento econômico e tecnológico deixando rastros de calamidade pela destruição ambiental, desigualdade, desemprego, doenças, miséria, fome e dor no mundo inteiro.

Os vírus respiratórios, como é o Coronavirus, colocam em risco a sobrevivência da espécie humana em termos globais.

Ele é transmitido de pessoa a pessoa. Mas, trouxe a preocupação de no futuro ocorrer a propagação pelo ar.

A transmissão aérea do vírus assombra, o mundo não está preparado para um desafio desse tamanho.

A Covid-19 revelou que a humanidade é frágil.

Não desenvolveu meios para se proteger e o progresso se mostrou incapaz de prever e de conter vírus.

Teve que se socorrer nas mesmas medidas sanitárias da Idade Média como é o isolamento social.

A pandemia mostrou cenários urbanos dos tempos medievais, as precárias condições de higiene e habitação em todos lugares e regiões do Planeta.

Nesses locais, onde vive a população carente, é impossível implantar medidas sanitárias eficazes.

A ganância de poucos explorou o Planeta até seus limites e tratou as condições sociais e humanas como questão de menor importância.

A crise sanitária é consequência direta desse tipo de desenvolvimento no qual a humanidade é jogada na lata de lixo.

A pandemia não é imprevisível, todas as pandemias têm origem nos animais.

Os vírus existem livremente na natureza (há milhares já identificados).

A destruição ambiental quebra do equilíbrio biológico da natureza forçando o vírus a se adaptar nos animais.

Ao consumir ou entrar em contato com animais infectados o vírus salta e, facilmente, se adapta aos seres humanos.

O vírus com grande capacidade de multiplicação, como é o coronavirus, ao infectar uma única pessoa (chama-se “ponto zero”) é suficiente para provocar a contaminação comunitária e desta à população mundial e causar pandemia.

A adaptação do vírus ao homem passou a ser constante nos tempos atuais.

Porém, até hoje não foi desenvolvido o remédio para combater vírus.

Apela-se para a defesa do próprio corpo, a produção de anticorpos pelo uso de vacina. Também, nem todos vírus dão vacinas, um exemplo é o vírus da AIDS.

Chega-se à conclusão que o mundo está sujeito a pandemias graves (vírus aéreos), e sem segurança sanitária para impedir que aconteça.

O caminho atual da humanidade é de mão única.

Terá que proteger a natureza e restaurar o planeta (mares, rios, florestas e matas), criar um novo modelo de desenvolvimento sustentável com proteção total do meio ambiente e mudança radical no modo de vida (urbanização, habitação, mobilidade, trabalho e consumo de alimentos).

Em linhas gerais esse é o perfil do que será exigido no “novo normal”.

Os efeitos da pandemia serão severos, particularmente, sobre os mais pobres – desemprego, vagas precárias, salários baixos, informais com renda inferior aos com carteira – tais são as projeções

da deterioração do mercado de trabalho. Segundo esses dados, 4 entre 10 trabalhadores, cairão na pobreza.

Grande número de empresas grandes, médias e pequenas encerrarão as atividades.

O fantasma da incerteza rondará a cidade.

A superação se parece com um pós-guerra colocando-se em primeiro lugar a questão humana e social.

Os esforços devem ser de união de todos acabando de vez com o debate pobre e inútil em termos de ataques pessoais. Mas, que sejam de ideias e na disputa eleitoral saia vencedora a melhor.

O “novo normal’ é a pedagogia de solidariedade, enquanto não se der conta dessa lição haverá angústia e sofrimento. Pois, como diz o caipira: “quando a cabeça não funciona o corpo padece”

 

Celso N. Antunes

celsonespoli@terra.com.br

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